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Estiagem e pandemia na região das Missões

Como a agricultura está passando por este novo momento
Publicado em 02/07/2020
Por Izabel Cristina Ribas de Freitas

Diante da situação que o mundo vive com o coronavírus e da estiagem vivida pela região das Missões, o Técnico em Agropecuária, com formação superior Tecnólogo em Agricultura Familiar e Sustentabilidade, prefeito de Salvador das Missões e vice-presidente da Associação dos Municípios das Missões (AMM), Daniel Gorski, foi que também foi extensionista rural da Emater por 36 anos fala sobre como a agricultura está passando por este momento.

O prefeito acredita que a pandemia não afetou de forma expressiva a agricultura, pois a produção de alimentos continua normal e precisa continuar para ter alimentos diariamente (no mínimo três refeições diárias) na mesa de todos brasileiros.

Por outro lado, ele vê que a pandemia prejudicou e está prejudicando as agroindústrias familiares e as indústrias de alimentos principalmente frigoríficos e abatedouros. “Nos abatedouros de gado e suínos reduziu o abate, onde os animais ali abatidos, provém basicamente de propriedades familiares. A redução do abate ocorreu por conta da pandemia pois não há mais festas populares comunitárias, casamentos, festas de aniversários e outras comemorações festivas”, explica, destacando que algumas agroindústrias familiares também reduziram as vendas dos produtos.

Gorski pondera que a estiagem, porém, prejudicou muito a agricultura, pois houve uma redução muito grande na produção de soja, milho safrinha, pastagens com reflexo na produção de leite e carne, redução na produção de hortifrutigranjeiros. Também houve grandes prejuízos ou gastos por parte das administrações municipais quanto ao abastecimento de água para as famílias e para os animais.

Quanto à ajuda aos agricultores, o prefeito afirma que o Governo Federal e o Governo do Estado, que ficam com a maior fatia do dinheiro produzido nos municípios, são os ente-federados, que deveriam nesse momento mais ajudar todos os setores prejudicados e principalmente os agricultores. “Ajudar como: liberando rapidamente o seguro agrícola para quem tem direito, fazer um rebate, um desconto nas dívidas dos agricultores (não adianta dar mais prazo, dar mais prazo é protelar a morte dos agricultores), reduzir os juros dos financiamentos agrícolas tanto do custeio como dos investimentos, reativar os programas que o estado criou no governo Tarso Genro como Irrigando agricultura familiar, mais água mais renda, agroindústrias familiares, incentivos as cooperativas e associações, incentivo…”, pontuou.

Conforme o prefeito de Salvador das Missões, os municípios, as administrações municipais através das secretarias municipais, Emater ajudaram os agricultores com perícias das lavouras afetadas, com abertura de bebedouros, abertura de poços artesianos, melhorias nas redes públicas de água, abertura de poços artesianos. Além disso, as famílias do CRAS, receberam cestas básicas da prefeitura conforme avaliação da assistência social. “Eu enfatizo novamente, quem fica com o dinheiro dos impostos gerados pelos agricultores, indústrias, empresas, comércio e prestadores de serviços, é o governo federal e o governo do estado, é dali que deveria vir, nesse momento, a grande ajuda a todos os setores prejudicados pela estiagem e pela pandemia”, finalizou Gorski.

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